Você acha que “pedir ajuda” é uma fortaleza ou fraqueza?
Esta semana dois conteúdos ficaram vivos para mim: o TEDx “A arte de pedir”, por Amanda Palmer, e a leitura do livro “O mestre ignorante".
Esta semana dois conteúdos ficaram vivos para mim: o TEDx “A arte de pedir”, por Amanda Palmer, e a leitura do livro “O mestre ignorante” de Jacques Rancière. E tracei um raciocínio entre eles.
No TEDx, Palmer, artista e cantora, relata suas histórias sobre como construiu sua carreira a base do ato de pedir, nos levando a desconstruir o medo enraizado que temos nesse ato. Levantando a ideia do pedido com gratidão. Isto é, a importância de encarar uns aos outros, dar e receber sem medo, sem vergonha, mas pedindo a partir de um lugar de amor e confiança.
Por vezes fomos coagidos a pensar que pedidos são ruins.
Não é fácil pedir. Ao fazê-lo, nos colocamos em uma situação de vulnerabilidade, especialmente em contextos onde não sentimos segurança emocional.
Pegamos a escola como exemplo. Nela somos bloqueados ao pedir ajuda.
Lembra do medo que sentíamos ao levantar a mão para perguntar algo?
Aqui entra a importância de vestirmos nossa pele de ReAprendiz, e repensarmos nossas lentes e comportamentos diante o aprender.
Pedir ajuda é um exercício de auto! Precisamos apreciar, celebrar e estimular tais pedidos, não sufocá-los.
A coragem de pedir é uma das ferramentas mais poderosas que um aprendiz pode se apossar, e deve ser cultivada intencionalmente.
Porém, pensei “até que ponto e com qual frequência solicitar ajuda é benéfico?”. Ou, qual é a boa ajuda? O que é ajudar?
Em certos casos eu percebo que alguns aprendizes tornam-se reféns.
Fruto de uma mente escolarizada e embrutecida, necessitam constantemente da validação e dos ensinamentos de um “superior”.
Jacotot, filósofo francês, define “embrutecimento” como a incapacidade de aprender e conhecer o mundo por si mesmo. É sempre necessário que um outro lhe apresente o caminho. Em outras palavras, embrutecer é tornar-se dependente de um “mestre”.
Mas como pedir ajuda fugindo do embrutecimento?
O meu pensamento e convite é para colocarmos a lente da autonomia ao resolver um problema, antes de solicitar uma ajuda. Observando, tentando, refletindo e tentando mais uma vez.
Em certos casos pode ser tão simples quanto “dar um Google”.
Isso não é cair no limbo do aprendiz solitário/autodidata, sufocado por acreditar que é preciso resolver tudo sozinho. Mas extrair sentido da sua realidade e de suas tentativas, e então buscar percepções e visões de um terceiro. Fazendo um pedido para que ele te ensine, quando necessário.
Pedir para ser ensinado não é de modo algum ruim. A postura autônoma na aprendizagem, como fala meu amigo-mentor Tarik Fraig, “não se trata de negar os mestres, mas de multiplicá-los” e poder escolhê-los. Assim como ver si mesmo como mestre de si mesmo.
Ser um Reaprendiz é sobre integrar e multiplicar modos de aprendizagem, não excluir!
Antes de pedir que alguém te ensine, tente por si mesmo. Ser refém de outro para resolver um problema é uma fraqueza na nossa competência de aprendizagem. É embrutecer-se.
Cultivemos então arte de pedir sem cair em um padrão de dependência. Cultivemos o método da testagem. Cultivemos o equilíbrio!
O que você pensa sobre isso?
Meu nome é Luis Sérgio Ferreira, optei por não ir para a faculdade e faço uma pesquisa independente em Educação do Futuro. Hoje trabalho como educador, arquiteto de comunidades, facilitador de habilidades do futuro e produtor de conteúdo.
Minha missão é empoderar jovens e adultos através do poder da aprendizagem. Acredito que ao dominar a arte de aprender você pode se tornar autor da suas própria vida, ao invés de meramente aceitar aquela que lhe foi dada.
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